A pulverização aérea é uma forma de aplicação de defensivos para o controle rápido e assertivo de pragas e doenças nas lavouras. Ao contrário do que muitos acreditam, é segura e eficiente, segue normas técnicas dos órgãos federais, estaduais e municipais, além de contar com alta tecnologia nos equipamentos e com pilotos capacitados.
Hoje, esse tipo de aplicação é fundamental para produzir alimentos em grande escala, além de ser a única alternativa para a aplicação de defensivos em determinadas situações, seja por conta da altura da planta ou por se tratar de uma lavoura irrigada por inundação.
Porém não é todo tipo de plantação que recebe pulverização aérea de agrotóxicos, como, por exemplo, as de legumes e verduras. A seguir, você vai conferir mais detalhes sobre essa prática agrícola e porque ela é importante.
Como funciona a pulverização aérea
A primeira etapa para determinar como se dará a pulverização aérea é a avaliação da plantação e suas necessidades, e deve contar com o apoio de um engenheiro agrônomo ou responsável técnico. As análises são baseadas no tipo de cultura, praga existente e etapa em que a planta se encontra. A partir dessas informações, é determinado o defensivo que será aplicado e proporção necessária entre produto e água, mistura conhecida como calda.
O piloto, que precisa possuir licenças especiais para a prática, é o responsável por estudar o terreno a fim de montar a rota de aplicação. É preciso também observar as condições meteorológicas, como umidade do ar, temperatura e velocidade do vento, que determinam se a aplicação aérea será possível naquele dia e horário. Com tudo pronto e o avião devidamente abastecido, a aeronave decola a uma distância de aproximadamente 3 metros do solo e pulveriza a calda preparada na plantação.
O avião precisa obrigatoriamente ser específico para esse tipo de operação, com toda a tecnologia e exigências regulamentadas. Por meio do DGPS da aeronave, que consiste em um GPS de alta precisão, o piloto controla a área que será pulverizada. Além disso, o avião também conta com um fluxômetro, que monitora vazão da calda.
Vantagens da aviação agrícola
A aplicação aérea de defensivos agrícolas é uma ferramenta importante, que oferece diversos benefícios para os agricultores:
Evita o amassamento das plantas e do solo
A aeronave não tem contato com o solo e, por isso, não causa danos à plantação, como o amassamento e a compactação da produção. Além disso, evita a propagação de doenças, problema comum em aplicações realizadas por máquinas terrestres.
Rapidez na aplicação
Algumas lavouras brasileiras contam com milhares de hectares. Sendo assim, a aplicação aérea dos produtos é muito mais rápida do que a terrestre.
Altura das plantas
Algumas culturas, como a de cana, milho e café, podem atingir até 2 metros de altura, inviabilizando a aplicação terrestre. Nesses casos, é indispensável o uso da aeronave agrícola.
Urgência
Algumas pragas, como o percevejo, o bicudo-do-algodoeiro e a ferrugem da soja, podem destruir uma plantação em poucos dias. Portanto, em caso de pragas e doenças muito agressivas, o avião permite realizar um controle de urgência.
Precisão
Por contar com um GPS específico e outras ferramentas tecnológicas, a aeronave permite realizar a aplicação de forma mais precisa, ou seja, o produto atinge apenas a plantação.
Uniformidade
A pulverização aérea é mais uniforme, pois o avião mantém praticamente a mesma velocidade durante o processo. Além disso, existem ferramentas e sistemas automáticos de controle de vazão, que contribuem ainda mais para a regularidade da ação.
Economia
O consumo de combustível da aeronave por hectare é muito menor que em uma aplicação com trator. Além disso, a pulverização aérea gasta 70% menos água do que uma aplicação tratorizada.
Pulverização aérea de agrotóxicos: regulamentação e boas práticas
A aviação é considerada uma forma eficiente, precisa e segura de pulverização. Infelizmente, alguns acidentes já aconteceram por mau uso e desrespeito às normas de aplicação, o que comprometeu a reputação dessa prática. Um exemplo foi o acidente que aconteceu em Rio Verde (GO), no ano de 2013, após um avião agrícola sobrevoar próximo a uma escola pública na cidade, intoxicando os alunos. Justamente por isso, é muito importante seguir as normas estabelecidas por lei e as condições ideais de aplicação.
A legislação e a fiscalização desse procedimento, realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), são bastante rígidas. Além disso, a disseminação de boas práticas é reforçada por meio de treinamentos, cartilhas, guias e pela Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS).
As boas práticas em tecnologia de aplicação aérea são pautadas em três pilares:
- Gestão da informação;
- Condições meteorológicas adequadas e
- Uso de técnicas para redução da deriva (Ex: composição de calda, altura de voo, etc.).
Vale lembrar que, mesmo regulamentada, a pulverização aérea pode ter algumas especificidades dependendo do município. Portanto, é imprescindível que o produtor siga também a legislação de sua cidade.
Disseminar as boas práticas de pulverização aérea aos produtores reforça um dos principais compromissos assumidos pela Syngenta, de capacitar agricultores, que é parte do The Good Growth Plan (Plano de Agricultura Sustentável) da empresa.
Uma dessas ações é o projeto Clínica Syngenta de aplicação aérea, um treinamento para os clientes que possuem sua própria aeronave. Você confere mais informações no vídeo abaixo:
Além disso, a Syngenta investe em diversos treinamentos para os produtores rurais, como os que já foram realizados no Mato Grosso e no Paraná.
Fonte: Syngenta