As intensas chuvas desencadeadas pelo ciclone extratropical que assolou o Rio Grande do Sul no início de setembro geraram prejuízos alarmantes no cenário do agronegócio gaúcho. Segundo um relatório divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CMN), o impacto financeiro atingiu a marca de mais de R$ 1 bilhão.
O levantamento considerou as perdas em 106 municípios que declararam estado de calamidade pública. Nas áreas agrícolas, as perdas foram estimadas em R$ 1,1 bilhão, enquanto a pecuária registrou danos no valor de R$ 87,4 milhões.
Um relatório preliminar da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) revelou que as chuvas causaram prejuízos em 10.787 propriedades rurais em todo o estado, resultando em danos à infraestrutura, à agricultura, à pecuária e às pastagens. O documento apontou a morte de 29.356 animais e prejuízos significativos para 1.616 produtores de grãos, 88 na fruticultura, 2.691 no cultivo de fumo e 198 na produção de hortaliças.
Sindicatos ligados à cadeia de proteínas animais também destacaram que, somente no segmento de aves e suínos, os prejuízos provocados pelas chuvas ultrapassam os R$ 300 milhões. A região mais afetada pelas enchentes, o Vale do Rio Taquari, é responsável por cerca de 20% da produção gaúcha de aves e suínos.
No setor leiteiro, a Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) informou que aproximadamente 10 mil hectares de pastagens foram danificados e cerca de 500 mil litros de leite deixaram de ser recolhidos devido às inundações. Além disso, silos que foram alagados ficaram comprometidos, afetando a produção de alimentos.
Mais de 800 produtores de leite de diversas cidades gaúchas, especialmente nas regiões da Serra e do Vale do Taquari, sofreram danos diretos em suas instalações e tiveram perdas de animais.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o fenômeno climático resultou em 48 mortes e deixou 924 feridos, com 10 pessoas ainda desaparecidas. Além disso, há 4,7 mil desabrigados e 21 mil desalojados.
Considerando os estragos também nos centros urbanos, o ciclone extratropical gerou perdas totais que ultrapassam os R$ 3 bilhões no estado, de acordo com a CNM. O relatório ressalta que, desde 2013, os eventos climáticos adversos já acumulam prejuízos de R$ 82,8 bilhões no Rio Grande do Sul, dos quais R$ 16,4 bilhões (equivalente a 19,7% do total) foram causados por chuvas excessivas, enquanto as secas responderam por perdas de R$ 66 bilhões (79,7% do valor).
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Fonte: Globo Rural