Tecnologias como monitoramento de máquinas e caminhões e sistemas de planejamento de rotas garantem que processos logísticos sejam realizados com máxima eficiência e economia
Seja dentro ou fora do campo, a logística é uma das grandes preocupações do agronegócio. Afinal, as operações agrícolas contam com particularidades que exigem muita atenção. Quase todos os produtos do setor apresentam condições específicas de perecibilidade e fragilidade, exigindo uma atuação ágil para manutenção da sua qualidade.
“Nesse cenário de grandes desafios, é fundamental que produtores e gestores agrícolas contem com o apoio de tecnologias para garantir uma logística rigorosa em suas operações”, defende Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais que otimizam e integram todos os processos agrícolas e florestais.
Diante de prazos apertados, a falta de uma logística eficiente pode ocasionar perdas na colheita e desperdícios no transporte. Além disso, a ausência de um planejamento logístico adequado gera outros prejuízos, como tempo improdutivo de máquinas agrícolas e gastos desnecessários com combustíveis. Sem contar que, sem segurança, fica-se mais suscetível a acidentes e furtos de cargas.
Para aumentar a produtividade da lavoura e assegurar a colheita e a entrega dos produtos no tempo certo, com menos custo e mais qualidade, o especialista dá quatro dicas voltadas à logística. Confira:
1 – Manutenções preventivas nas frotas
Quando utilizado constantemente, qualquer veículo sofre desgastes. No agronegócio, isso vale tanto para os caminhões que levam a matéria-prima para as indústrias de destino, quanto para as máquinas que atuam no dia a dia da operação no campo. Por conta disso, é recomendado realizar uma vistoria antes do início de cada viagem, checando questões como os níveis de óleo e combustível, itens de segurança e sistemas de sinalização.
No caso dos equipamentos agrícolas, já existem soluções específicas capazes de monitorar a situação da máquina e atender às suas necessidades de manutenção, seguindo o período recomendado de troca de óleo, lubrificação, substituição de peças e assim por diante. “Isso reduz as chances de que eles quebrem no meio da execução de alguma tarefa, o que evita tempos de inatividade não planejados que poderiam gerar prejuízos em determinada safra”, aponta Bernardo.
2 – Planejamento para evitar imprevistos
Via de regra, máquinas agrícolas ficam no campo durante todo o período da safra, muitas vezes funcionando 24 horas por dia ao longo de meses. Nesse cenário, um dos procedimentos mais frequentes de apoio logístico que precisa ocorrer é o reabastecimento com combustível. Para execução dessa tarefa, um caminhão comboio ou tanque costuma percorrer áreas rurais, passando por diferentes locais que demandam seu atendimento.
Visando otimizar esse processo, um sistema inteligente pode planejar as melhores rotas para esses veículos de apoio, levando em consideração questões como a projeção do nível do tanque das máquinas e a quilometragem a ser percorrida. Assim, os caminhões fazem o percurso mais ágil e com o menor número de paradas, economizando seu próprio combustível e evitando interrupções das operações agrícolas.
Esses mesmos caminhões comboios também conseguem funcionar como oficinas volantes, indo ao campo em momentos de parada programada dos equipamentos para fazer os ajustes de manutenção apontados no item anterior.
3 – Monitoramento para sincronização de máquinas e caminhões
Outro ponto essencial para a logística agrícola é o monitoramento das máquinas e caminhões em tempo real. Com esse controle, é possível sincronizar atividades para que esses veículos não tenham tempo improdutivo e o fluxo da matéria-prima não seja interrompido.
“Um software trabalha para que o caminhão chegue na frente de trabalho na hora ideal. Isto é: nem atrasado, pois isso poderia congelar a colheita até o esvaziamento dos transbordos, e nem antes da matéria-prima estar disponível para ser carregada, pois isso significa máquina parada, ineficiência”, explica o presidente da divisão de Agricultura da Hexagon.
Essa tecnologia ainda tem capacidade de decidir o destino e rota de cada nova viagem aplicando um algoritmo de otimização de despachos, visando gerar economia e produtividade. Ao final do dia, a ideia é ter conseguido transportar o máximo possível de matéria-prima com o menor número de locomoções.
4 – Rastreamento de cargas até a indústria
O rastreamento da matéria-prima no percurso até a indústria também é uma forma de otimizar a logística e evitar prejuízos. “Antigamente, isso era feito com apontamentos manuais e etiquetas de identificação. Mas imagine no cenário de uma área de produção gigante, com centenas de máquinas trabalhando em atividades intensas de deslocamentos e transferências de matéria-prima no mesmo dia. É muito fácil se perder nesse rastreio”, comenta Bernardo.
Quando automatizado, o rastreamento é mais seguro e ágil, pois é feito por meio de recursos de comunicação avançados, que levam as informações desde os displays das colhedoras até os sistemas das indústrias. Dados como ID dos equipamentos e dos operadores das máquinas, acompanhados de detalhes completos da telemetria da colheita, são disponibilizados pela solução, o que ajuda a evitar prejuízos em uma próxima safra. “Sabendo exatamente de qual área do talhão veio aquele produto, é possível verificar se o investimento feito e as técnicas aplicadas geraram resultados ou não, o que ajuda a gestão a definir as estratégias futuras”, complementa.
Fonte: noticias agrícolas