O vazio sanitário da soja no Rio Grande do Sul termina no dia 30 de setembro, mas as condições atuais tornam difícil o início da nova safra. A perda financeira estimada na agricultura do estado ultrapassa R$ 4,1 bilhões, sendo que só entre arroz, milho, soja, trigo e outros grãos, as perdas somam mais de R$ 3,9 bilhões em volume. A situação é agravada pelo atraso na compra de insumos para a safra 2024/25. Um levantamento mostra que as compras de fertilizantes alcançam entre 70% e 72% da média dos últimos cinco anos, enquanto as compras de sementes estão entre 64% e 66%, muito abaixo da média nacional.
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A produtora rural Isabel Minussi, de São Francisco de Assis, relata um clima de desespero entre os agricultores, que enfrentam dificuldades para acessar crédito e prorrogar dívidas. Muitas operações de crédito não foram contempladas pela resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), o que agrava a situação.
A cooperativa agrícola Cotrijal confirma o atraso na comercialização e compra de insumos pelos produtores, atribuindo isso às dificuldades financeiras acumuladas por sucessivas frustrações nas safras e pelas chuvas que causaram ainda mais prejuízos. A cooperativa está trabalhando com o Governo Federal para encontrar soluções que permitam aos produtores adquirir seus insumos.
No setor de arroz, as dificuldades são ainda maiores, com perdas significativas não só nas lavouras, mas também em infraestruturas e maquinário. As importações de arroz, combinadas com a alta do dólar, complicam ainda mais a recuperação dos produtores gaúchos.
Produtores rurais, como Grazi Camargo de São Sepé, ainda não conseguiram iniciar os preparativos para a próxima safra devido às dívidas acumuladas e à falta de recursos. A solução para essa crise depende de um suporte rápido e abrangente do Governo Federal, algo que os produtores estão aguardando ansiosamente.
Fonte: Notícias Agrícolas