O Rio Grande do Sul enfrenta duas grandes prioridades para o futuro: lidar com os desafios da população envelhecida e manter a vigilância diante da crise climática. Com uma agenda estratégica lançada em abril, pouco antes da enchente, o governo estadual busca diversificar a economia, atualmente muito dependente da agropecuária.
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Para isso, dois projetos de lei e uma lei recentemente sancionada, todos relacionados à pauta verde e às novas diretrizes energéticas do Brasil, são considerados fundamentais para atrair novos investimentos e impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do estado, ao lado do agronegócio.
O Projeto de Lei 5.932/23, que regulamenta os parques eólicos offshore, é crucial para o avanço na geração de hidrogênio verde (H2V), um combustível promissor na descarbonização da economia global até 2050. A legislação sobre o H2V, incluída no PL 2.308/23 e sancionada no final de julho, faz parte do Pacto pela Transformação Ecológica, um acordo inédito entre os três poderes da República.
Marjorie Kauffmann, secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, explica que a geração eólica no estado tem uma eficiência de 40%, enquanto a capacidade em alto mar pode superar 60%. A introdução do hidrogênio verde está, portanto, diretamente ligada à expansão da energia renovável, essencial para o desenvolvimento desse mercado.
Além disso, a produção de amônia verde para fertilizantes é uma oportunidade significativa para o agronegócio, contribuindo para a sustentabilidade e a redução da dependência de fertilizantes importados. A indústria de commodities como aço e alumínio também se beneficiará da descarbonização para acessar mercados internacionais.
Outro projeto, o PL 4.516/23, promove o uso de biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, com potencial para transformar o Brasil, e especialmente o Rio Grande do Sul, em um líder global no setor. Com o aumento da mistura de biodiesel e etanol nos combustíveis, o estado, que já se destaca na produção de biocombustíveis, prepara-se para expandir ainda mais sua capacidade.
A regulamentação da energia eólica offshore e a inclusão do hidrogênio verde na matriz energética são vistas como oportunidades para o estado se destacar no mercado global de energia renovável. O Rio Grande do Sul, com seus projetos e investimentos, está bem posicionado para liderar nesse setor emergente.
Fonte: Portal Plural