O ovo, que subiu de preço por causa do aumento de consumo na pandemia e de fatores externos, deve continuar caro no Brasil em 2023. A situação no Brasil é diferente do que acontece nos EUA na Inglaterra, atualmente castigados pela gripe aviária. Ainda existe o risco de a doença chegar por aqui, mas especialistas dizem que é remoto.
Os problemas brasileiros são outros: aumento da demanda acompanhado de baixa oferta e custo elevado de produção. Entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, o preço de venda no atacado da caixa com 30 dúzias de ovos brancos subiu 28,6%, para R$ 174,89; e a caixa com 30 dúzias de ovos vermelhos ficou 26,9% mais cara, chegando a R$ 198,82, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Mais de 70% do custo de produção de ovos é composto pelo milho e farelo de soja, utilizados para alimentar as galinhas. Thomas Peeters Kors, sócio da Granja Macaco, empresa familiar em Holambra (SP), afirma que a escalada de mais de 100% no preço de ambas as commodities, puxada pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, tem prejudicado a expansão do número de galinhas.
“Se a ração sobe, todo mundo roda no vermelho. Muitos produtores, inclusive eu, chegaram a atrasar a recria [segunda fase da criação de aves], ficaram com o galpão vazio. Enquanto os grãos estiverem caros, o produtor terá pouca rentabilidade” – Thomas Peeters Kors, sócio de granja em Holambra.