O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou mudanças significativas no edital para a compra pública de arroz importado, destacando a participação antecipada da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na qualificação das empresas. Durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Fávaro afirmou que essa medida visa garantir a capacidade de entrega das empresas envolvidas, evitando surpresas indesejadas após o pregão.
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Modernização e Manutenção do Leilão
O edital está sendo “modernizado”, conforme afirmou o ministro, que defende a manutenção do leilão para importação de arroz, uma vez que a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) para países fora do Mercosul ainda não surtiu os efeitos esperados. Essa decisão foi influenciada pelo aumento nos preços do arroz, uma preocupação já manifestada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início de 2024.
Investimento Seguro e Controle de Qualidade
O ministro assegurou que os recursos destinados ao leilão, estimados em R$ 7 bilhões, não serão desperdiçados, pois o arroz adquirido será armazenado em várias regiões do país e vendido posteriormente para comerciantes, garantindo a reposição do caixa do governo. “Não tem risco nenhum ao erário público. Se o arroz não estiver no padrão [de qualidade], não se paga”, completou Fávaro.
Polêmicas e Transparência no Processo
O cancelamento do leilão anterior devido a suspeitas de “fragilidades técnicas e financeiras” das empresas vencedoras gerou controvérsias. No entanto, Fávaro garantiu que duas dessas empresas têm “muita capacidade e expertise” para conduzir a operação. Ele mencionou a Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos e a Zafira Trading, destacando que não foi utilizado dinheiro público na operação, uma vez que as empresas interessadas devem depositar 5% para seguir com o certame.
Impacto no Mercado Nacional
Fávaro argumentou que a importação não prejudicará os produtores brasileiros, pois o governo intervirá se o preço do arroz cair abaixo do mínimo estabelecido. Ele ressaltou que a falta de interesse de empresas brasileiras em participar do leilão foi um fator decisivo para a reformulação do edital.
Investigação e Possível Retorno de Geller
A demissão do ex-secretário de Política Agrícola, Neri Geller, abriu espaço para uma investigação sobre suas ligações com operadores privados do leilão. Fávaro expressou sua confiança na integridade de Geller e sugeriu que, caso nenhuma irregularidade seja comprovada, ele poderá retornar ao cargo, citando o exemplo do ex-ministro-chefe da Casa Civil Henrique Hargreaves em 1994.
Fontes: Globo Rural, Canal Rural