A soja foi negociada com preços mais baixos na bolsa de Chicago, já que uma melhora no quadro de safra na Argentina amenizou os impactos com a quebra na produção do Brasil. Nesta sexta-feira (5/1), o papel da oleaginosa para março foi precificado a US$ 12,5625 o bushel, recuo de 0,89%.
Soja e milho recuam em Chicago com melhora para Brasil e Argentina
“Dada a situação de perdas para a soja no Brasil, o peso maior na formação de preço vem da Argentina, onde as condições das lavouras estão melhores neste ano. Dentro desse cenário atual, eles [a Argentina] podem ofertar acima de 50 milhões de toneladas neste ano”, avalia Vlamir Brandalizze, consultor de mercado.
Segundo ele, a perspectiva com a safra no país vizinho é o principal vetor para as cotações estarem abaixo dos US$ 13 o bushel, e ainda com viés para novas quedas. “Os investidores estão buscando o ‘fundo do poço’ para as cotações que talvez seja abaixo dos US$ 12,50 [o bushel]”, comenta.
Soja recua em Chicago com mercado de olho na safra da Argentina
Nesta sexta-feira, três grandes consultorias revisaram para baixo suas estimativas para a produção de soja no Brasil em 2023/24, para um patamar próximo das 150 milhões de toneladas. Este volume já estava no radar dos investidores, segundo Brandalizze.
“O mercado já tem a ideia de que a colheita brasileira deve ficar em uma faixa entre 148 milhões a 152 milhões de toneladas. Ele já sabe que será uma safra com perda de potencial produtivo. O fato novo é mesmo a produção argentina, que após dois anos de seca pode dobrar a produção em 2023/24”, ressalta o consultor.
Siga a BlueFarm no instagram
Seguindo o cenário de oferta elevada e demanda retraída, o preço do milho também caiu em Chicago. Os lotes para março caíram 1,23%, negociados a US$ 4,6075 o bushel. Diferentemente do mercado da soja, em que as atenções estão concentradas no desenrolar da safra na América do Sul, o milho foi pautado por questões de demanda, de acordo com Vlamir Brandalizze.
“Os EUA estão com dificuldades para escoar seu milho para a Ásia utilizando as rotas do Canal do Panamá. Com isso, o milho brasileiro está mais vantajoso para os compradores internacionais”, diz.
A demanda pelo milho americano caiu na última semana, impedindo também uma alta nos preços futuros. No período de sete dias encerrado no dia 28 de dezembro, as vendas líquidas do cereal no país somaram 367,5 mil toneladas, recuo de 74% em relação à semana imediatamente anterior.
Assim como na sessão anterior, o trigo subiu na bolsa de Chicago. Os contratos para março fecharam em alta de 0,41%, a US$ 6,16 o bushel. Em relatório, a consultoria Granar disse que rumores sobre possíveis compras chinesas de trigo dos EUA pautaram a valorização desta sexta-feira.
Além disso, a chance de aumento das importações do Brasil, devido aos problemas com a safra no Sul do país, também deram suporte de alta para as cotações, segundo a empresa.
“Divergência de Cenários: Commodity Agrícola na Bolsa de Chicago Oscila entre Desafios Climáticos e Sinais de Estabilidade”
“Soja Responde a Condições Favoráveis na Argentina, Milho Sofre com Excesso de Oferta, e Trigo Sobe Impulsionado por Fatores Globais e Clima Adverso.”
Commodities Agrícolas, Bolsa de Chicago, Soja, Milho, Trigo, Desafios Climáticos, Estabilidade do Mercado, Safras & Mercado, Clima na América do Sul, Oferta e Demanda, Cotações Futuras, Exportações, Problemas na Safra Brasileira, Variação de Preços.
Fontes: AgroTimes, Globo Rural