Na Bolsa de Chicago (CME), o mercado agrícola apresentou oscilações entre negativo e positivo ao longo desta semana. Enquanto o preço da soja e do trigo flutuava, os produtores aguardavam ansiosamente as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas na quinta-feira. A redução das previsões para a safra de soja 23/24 no Brasil, atribuída aos prejuízos causados pelo clima adverso nas regiões produtoras, impactou diretamente o mercado.
Além disso, a projeção para a safra de milho brasileiro também foi reduzida, o que refletiu no mercado internacional, com o preço do milho atingindo o menor nível dos últimos 3 anos na CME. No entanto, a perspectiva de chuvas na Argentina, após um período de clima seco, trouxe otimismo e contribuiu para a queda nos preços do milho.
Em meio a essas oscilações, o setor agrícola recebeu diversas notícias importantes. O Bradesco prevê um crescimento entre 1,5% e 2% no PIB do Agro para 2024, após uma queda registrada em janeiro. Destaca-se também a reação positiva dos preços dos suínos vivos e da carne suína, com um aumento de 5% no início de fevereiro.
No entanto, preocupações foram levantadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre os preços dos fretes marítimos, que aumentaram 150% em janeiro devido aos ataques a navios no Mar Vermelho. Por outro lado, o governo estima um recorde no número de frigoríficos habilitados para exportar para a China em 2024, além do início das exportações de bovinos e suínos para a Coreia do Sul e Japão.
Destaca-se ainda a autorização concedida pela Rússia para mais frigoríficos brasileiros exportarem carne bovina e de frango, bem como a autorização para o Brasil exportar mais carne bovina para o Canadá. No cenário das exportações, a China se destaca, importando 75% das exportações brasileiras de soja em janeiro, totalizando 1,7 milhão de toneladas.
Em relação às práticas sustentáveis, a divisão agrícola da Bayer anunciou a expansão do programa para carbono, passando de 200.000 para 1 milhão de hectares na safra 24/25. Esse programa envolve quase 2.000 produtores, que adotam planos de manejo para suas fazendas visando a redução das emissões de carbono.
Por fim, vale mencionar os desafios logísticos enfrentados em janeiro, com atrasos significativos no fluxo das commodities brasileiras, como o café, saindo do porto de Santos, com navios chegando a registrar atrasos de até 85%.
Este panorama reflete a complexidade e dinâmica do mercado agrícola, influenciado por uma série de fatores, desde condições climáticas até questões geopolíticas e econômicas, com impacto não apenas no Brasil, mas também em escala global.