As recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que ainda causam preocupações, estão impactando severamente o setor agrícola, particularmente o plantio de trigo. Este período, normalmente marcado pelo início do plantio, agora está cercado de incertezas quanto à capacidade de produção do estado, que é o maior produtor de trigo do Brasil.
Siga a BlueFarm no instagram Clique aqui
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), antes das enchentes, a expectativa era de um crescimento de 12% na oferta de trigo no Brasil, atingindo 9 milhões de toneladas, com o Rio Grande do Sul contribuindo com 4,2 milhões de toneladas, representando um aumento de 44% em relação ao ano anterior. No entanto, as condições climáticas adversas agora ameaçam essas previsões. Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, sugere que a área de plantio pode não alcançar o previsto 1,2 milhão de hectares, podendo ficar abaixo de 1 milhão.
Essa incerteza já está afetando os preços do trigo. O trigo argentino, que tradicionalmente abastece os moinhos brasileiros, viu seus preços aumentarem em 30% nos últimos 20 dias, devido à crescente demanda e dificuldades de oferta. Na Bolsa de Chicago, onde os preços mundiais do trigo são definidos, o grão também está se valorizando, agravado por problemas climáticos na Europa e na Rússia, maiores produtores mundiais de trigo.
A situação é preocupante não apenas para o Rio Grande do Sul, mas para todo o Brasil, que já depende significativamente do mercado externo para suprir suas necessidades de trigo. Outros estados produtores, como o Paraná, também estão de olho nas novas tecnologias para aumentar a produção, mas enfrentam desafios semelhantes.
Fonte: CBN