Com o início da colheita na Argentina e a perspectiva de uma safra robusta de milho, o país vizinho se prepara para uma recuperação após um ano desafiador. No entanto, essa boa notícia pode gerar uma pressão nos preços internacionais do milho, com a oferta abundante não apenas da Argentina, mas também dos Estados Unidos, que se espera que contribuam significativamente para o mercado global.
O impacto dessa abundância de oferta já está sendo sentido, com as cotações do milho registrando quedas expressivas nos últimos pregões na bolsa de Chicago. Ali Delara, sócio da Paine Agronegócios, destaca que esses preços estão no menor patamar em três anos, e analistas de mercado vislumbram ainda mais espaço para declínio nos próximos meses.
Um fator que agrava essa situação é a demanda enfraquecida pelo cereal. Com a oferta em alta e a demanda em baixa, a competição entre os países exportadores se intensifica. Os Estados Unidos, em particular, estão preparados para inundar o mercado com sua produção de milho, o que pode resultar em uma perda de espaço para os produtores da Argentina e do Brasil nos mercados internacionais.
A situação do trigo também reflete essa dinâmica de oferta e demanda. Com grandes colheitas previstas na Rússia, Ucrânia e União Europeia, espera-se que esses países exportem grandes volumes, potencialmente deslocando os Estados Unidos como principal fornecedor global. Como os preços do trigo nos EUA influenciam diretamente os preços em outros países, essa competição acirrada pode levar a uma queda nos preços do trigo em todo o mundo.
Diante desse cenário desafiador, os produtores de milho e trigo na Argentina e no Brasil enfrentam o desafio de se manterem competitivos em um mercado global cada vez mais volátil e competitivo. A busca por eficiência e inovação se torna crucial para garantir a sustentabilidade e a rentabilidade desses setores em meio a um ambiente de preços em declínio.
Fonte: Globo Rural