Neste domingo (5) aconteceu a primeira fase da prova do ENEM, e como já era de se esperar, após a aplicação, as redes sociais foram inundadas sobre o assunto, dentre eles sem dúvidas o que mais causou alvoroço foi as polêmicas questões relacionadas ao agronegócio. Em uma das questões, o setor é criticado e associado ao desmatamento, outra o associa à colonização e a última diz que o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado.
Logo em seguida das manifestações sobre a prova a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), divulgou uma nota na qual pede ao governo federal explicações e a anulação sobre as três questões 89, 70 e 71 (números de referência da prova branca). No entanto, Lula tem orientado que ministros se calem diante das críticas de ruralistas, para evitar que a crise com o setor aumente.
Vamos aqui relembrar que o Agronegócio nos últimos anos vem transformando a cultura e as cidades no Brasil, elevando a renda de algumas cidades acima da média, diminuindo a desigualdade e atraindo nova onda de migrantes atrás de oportunidades, o setor é responsável por praticamente 1/4 do PIB do Brasil e milhões de empregos, trazendo assim grandes ganhos econômicos ao país. O agronegócio é de extrema relevância para a economia brasileira, a inclusão de questões sobre ele no Enem, poderia contribuir para uma maior conscientização dos estudantes (que são milhões), sobre a importância desse setor para o Brasil, bem como para a compreensão de suas complexidades e desafios, mas foi justamente o contrário que ocorreu.
No mundo todo os países apoiam o agro, partindo do princípio de que é uma atividade essencial para garantir a segurança alimentar das nações, infelizmente no Brasil esse apoio não é tão real assim, e o agronegócio não é tão valorizado. É uma luta a cada dia, para manter de pé o setor, mas mesmo com tudo isso, o agronegócio continua crescendo e sendo referência para os demais países.
Ainda falando sobre este assunto!
A bancada do agronegócio no Congresso Nacional aguarda esclarecimentos do Ministério da Educação sobre as questões do ENEM que discriminam agro e fazem uma abordagem de cunho negativo, como a associação com o desmatamento na Amazônia, chuva de veneno, cerco aos camponeses, e degradação do solo, entre outras.
As informações esperadas do Ministro da Educação, Camilo Santana, incluem resposta a perguntas como: Qual é a posição oficial do Ministério da Educação em relação à politização dessas questões do ENEM? Qual é o processo de formulação em revisão das questões porque foram usadas referências com vertente política e sem dados concretos entre outras questões.
Os esclarecimentos do governo federal são fundamentais diante da clara orientação ideológica dos conteúdos apresentados na prova do Enem. Mais do que isso, é preciso compreender a educação como pilar fundamental e priorizá-la na agenda pública a partir de uma participação mais ativa também da bancada do Agro no Congresso.
Um passo importante foi dado nessa direção, a Frente Parlamentar da Agropecuária deverá criar uma comissão educacional para se envolver mais em temas do calendário de educação, que vão desde regimentos editais de materiais didáticos até leis.
A sugestão de criar essa comissão veio da Associação de Olho no Material Escolar. Em conversa com a Letícia Jacinto, presidente da associação, ela bem lembrou: “O ENEM é uma consequência do material didático usado nas escolas.”
Estudo da FIA/USP, apontou que 96,3% do material sobre agronegócio, que foi analisado nos livros didáticos, não tem fonte científica, são autorais, jornalísticos, e com menções negativas ao setor agro em sua maioria. Ou seja, o que a gente viu nas questões do Enem é só a pontinha de grande iceberg.
As escolas estão cheias de livros, com poucos dados e muita opinião sobre o Agro. Ainda hoje também na Câmara é esperado que a Comissão como a da Agricultura vote o requerimento que Convoca o Ministro Da Educação a ir até a casa prestar esclarecimentos públicos sobre as questões da prova do ENEM deste ano. No Parlamento, na iniciativa privada, na sociedade civil, todos precisam se envolver mais ativamente no conteúdo que está sendo ensinado nas escolas aqui no Brasil.
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Fonte: The Farm News